terça-feira, 20 de maio de 2008

E VIVA O AMOR.



...o Amor, quando se revela...

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

(FERNANDO PESSOA)


segunda-feira, 19 de maio de 2008

AMA-ME POR AMOR DO AMOR.

Ama-me, por amor do amor somente,
Não digas: Amo-a pelo seu olhar,
O seu sorriso, o modo de falar
Honesto e brando. Amo-a porque se sente

Minh'alma em comunhão constantemente
Com a sua". Por que pode mudar
Isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
Do tempo, ou para ti unicamente.

Nem me ames pelo pranto que a bondade
De tuas mãos enxuga, pois se em mim
Secar, por teu conforto, esta vontade

De chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
Me hás de querer por toda a eternidade.

(
Elizabeth Barrett Browning
Tradução: Manuel Bandeira)

ACÁCIA.

Ah... como te vejo em diferentes formas...
altaneira...suave...bela.
Da janela do meu quarto, vejo-te Acácia.
Compartilho contigo teus estágios
em diferentes mutações das estações.
Perpassam em meus pensamentos
teus valores religiosos,
tua tradição e teus inúmeros símbolos.
Ao contemplar-te recordo do que representou
a arca da aliança, a coroa de espinhos.
Ainda, aquele que foi plantado
no túmulo de Hiran e
todo o pensamento judáico-cristão.
Símbolo solar de
renascimentos e imortalidade.
Ao olhar-te percebo a tua fortaleza
ante as vicissitudes da vida.
Sinto tua sede quando todas as tuas folhas
tombam no inverno.
Compreendo que te despes
para adubar as plantinhas
que nascem ao teu redor e deixar,
por algum período,
que o sol as revitalize com a tua energia.
Estou sempre a reverenciar-te e,
muitas vezes, com sentimentos de gratidão
e misericórdia;
outras, com ternura, amor e esperança.
Procuro aprender contigo
as lições da perseverança e da
obediência às leis naturais
que vem transmitindo através dos tempos.
Aos poucos estou entendendo,
com o teu exemplo, que é preciso saber
morrer para renascer
a cada estação, a cada emoção,
a cada encontro,
a cada decepção,
a cada sonho
e a cada adeus.

(Autoria: Alice Capel)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

AFLOR E O VENTO




Nada me pesa hoje,
a não ser o amor.
Mas o amor não pesa. Levanta pesos, afasta questionamentos, abre a janela, enriquece a alma, faz milagres de transformação.
Hoje, por exemplo, antes
que o olhar alcance o muro,
a chaminé da fábrica, a poluição,
o amor me faz ver o jardim,
e sentir que é um pouco meu,
com suas roseiras e companheiras que se balançam ao vento...
Um vento bom, que não levanta pó, e refresca o ar e a alma da gente.
E é, então, que me volta o pensamento:
será o vento que balança a flor ou será a flor que se balança ao vento? Isso tem importância?
Claro. Toda descoberta é importante:
se é a flor que se balança, tem que estar atenta e até ansiosa;
mas se ela apenas se inclina,
para lá, para cá,
à vontade desse vento que ela nem sabe de onde vem, nem para onde vai, é apenas uma questão de sensibilidade, confiança, entrega total.
Isso é lá com a flor.
E comigo, também.
Porque, nesta manhã de bem e luz, a harmonia que me faz cantar assim é a paz de Deus reinando em mim! Autor: Myrtes Mathias

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A ABELHA E A FLOR.


Ide pois aos vossos campos e pomares,
e lá aprendereis que o prazer da abelha
é de sugar o mel da flor,
mas que o prazer da flor
é de entregar o mel à abelha.

Pois, para a abelha,
uma flor é uma fonte de vida.
E para a flor
uma abelha é mensageira do amor.

E para ambas,
a abelha e a flor,
dar e receber o prazer
é uma necessidade e um êxtase.

(Khalil Gibran)

terça-feira, 6 de maio de 2008

AGORA.


Se queres dar-me uma flor;
Dá-me antes que eu morra...

Se podes hoje fazer o milagre
De um sorriso num rosto que chora,
Não coloques flores sobre tumbas;
Se queres dar-me uma flor, faze-o agora
e podes dar um lar ao órfãozinho,
Abrigo ao pobre que geme lá fora,
Não encolhas a mão - Deus está vendo;
Se podes dar-me uma flor, faze-o agora.

Se conheces o Eterno Caminho
Que leva ao templo onde a alegria mora,
Não guardes, egoísta, o teu segredo;
Se podes dar-me uma flor, faze-o agora.

Se podes dizer uma frase linda
Algo que faça a tristeza ir embora,
Dize-a enquanto posso agradecer sorrindo;
Se podes dar-me uma flor, faze-o agora.

O que farei das orações, das flores
Quando do mundo eu já não mais for?
Aos pés de Deus eu as terei tão lindas
Que não precisarei do teu amor.

Não esperes o instante da partida:
Se podes me fazer feliz, faze-me agora.
Para que chorar de remorso e saudade?
Custa tão pouco a felicidade:
Dá-me uma flor antes que eu vá embora.


Consagração



Toma o meu consciente,
Toma o meu inconsciente,
O meu corpo, minha mente:
Toma a mim, Senhor!
Toca-me a mão, o meu coração,
Para em cada ação,
Mostrar teu amor.
Toma o meu talento,
Multiplica-o em cento:
Dá-me um novo alento
Se desanimar.
Toma minha alegria, a minha tristeza,
Mostra-me a beleza de em ti descansar.
Toma-me a ansiedade,
Toma a autopiedade,
Mostra-me a sublimidade de levar a cruz.
Toma o meu tempo,
Sê o meu exemplo,
Seja eu teu templo - neste mundo, luz!
Toma o meu filho,
Mostra-lhe teu brilho,
Pra seguir o trilho que conduz a

Enquanto o Rio Correr.


"Enquanto o rio correr e o sol no céu brilhar;
enquanto eu vida tiver, quero de Jesus falar.

Proibir que eu anuncie a mensagem do Senhor,
é como dizer à roseira: nunca mais dê uma flor.

Só cortada pela base, lá bem perto da raiz,
posso deixar de falar de Quem salva e faz feliz.

Mandar que eu fique calada a respeito de Jesus,
é como dizer à estrela que apague a sua luz.

No sucesso, no fracasso; na alegria ou na dor;
na riqueza ou na miséria, quero louvar ao Senhor.

Para que ficar temendo, por um futuro ruim ?
O que "vê além das curvas" é meu Pai, cuida de mim."

segunda-feira, 5 de maio de 2008

SONETO DA SEPARAÇÃO


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.


De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.


Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

O dia da criação

Absalom Media :: W3C Visual experience art


Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.


Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.


Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.


Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.
Vinicius de Moraes

domingo, 4 de maio de 2008

QUEM MORRRE?





Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos...

Viva hoje !Arrisque hoje !
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ !

(Pablo Neruda)



Homenagem Ao Meu Amor.


Quero fazer uma valsa
Pra mulher que me fez tão feliz
Quero fazer esta valsa
para aquela que tanto me quis
quero que todos se lembrem
daquela que foi meu amor
e guardar para sempre
o perfume de tão bela flor
Minha amada e querida
partiste tão cedo sem dizer-me adeus
não fiquei triste, meu bem
pois sei muito bem
que estás junto de Deus
hoje unida aos anjos
pertences ao coro divino dos céus
cantando louvores eternos
vivendo a presença infinita de Deus
(Geraldo)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A Grandeza do Silêncio

O silêncio é doçura:
Quando não respondes às ofensas,
Quando não reclamas os teus direitos,
Quando deixas à Deus a defesa da tua honra.

O silêncio é misericórdia:
Quando te calas diante das faltas de teus irmãos,
Quando perdoas sem remoer o passado,
Quando não condenas, mas intercedes em segredo.

O silêncio é paciência:
Quando sofres sem te lamentares,
Quando não procuras consolação junto aos homens,
Quando não intervéns, esperando que a semente germine lentamente.

O silêncio é humildade:
Quando te apagas para deixar aparecer teu irmão,
Quando, na discrição, revelas dons de Deus,
Quando suportas que tuas ações sejam mal interpretadas,
Quando deixas os outros a glória da obra inacabada.

O silêncio é fé:
Quando te apagas, sabendo que é Ele quem age...
Quando renuncias às vozes do mundo para permanecer na Sua presença...
Quando te basta que só Ele te compreenda.

História de Amor


Na hora certa do plantio, num chuvoso abril,
semente sedenta de vida,
caíste no solo do meu coração que te esperava.
Germinaste, cresceste, criaste raízes.

Teus braços verdes se levantaram para o céu.
Chegaram as douradas flores,
seguidas de frutos generosos,
frutos que saciaram todas as minhas fomes.

Na tua sombra me abriguei,
no teu perfume me embriaguei.
No verde de tuas folhas, encontrei esperança.
Nas tuas flores, novos mundos de beleza.

As tuas raízes penetraram profundas
no solo ansioso e fértil do meu coração,
num eterno abraço de amor,
e me ligaram a ti, inseparavelmente, para sempre.

(Joseph E. de Sousa)